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Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Tédio

Os últimos fins de semana tem sido extraordinariamente longos e tediosos. Por mais que haja inúmeras atividades a serem feitas e diversos passatempos para serem colocados em prática, parece que tem sobrado tempo demais.

E neste tempo que sobra, é possível que eu gaste tempo comigo mesmo, e sempre que me percebo fazendo companhia, um tédio enorme toma conta de mim, me levando a procurar por algo externo que possa prender minha atenção. Daí surge o questionamento: Tenho fugido de mim mesmo ou não consigo apreciar a minha própria companhia?

A solidão, e aqui não me refiro ao estado de ânimo/espírito em que nos sentimos sozinhos apesar da multidão a nossa volta, me permite inventar histórias, revisitar o passado e inventar futuros utópicos, distópicos e nada reais. Ao mesmo tempo, me permite traçar planos e criar objetivos, avaliá-los e ignorá-los completamente, sem nem sequer fazer um movimento real em direção desses planos. É meu medo de falhar que me impede ou me falta determinação para sair do lugar onde estou hoje?

O que tem me preenchido? O que falta em mim que eu estou buscando nas outras pessoas? Como me desapegar da pessoa que já fui e aceitar que amanhã não serei mais o mesmo de hoje e que tudo bem isso acontecer?

Tem começado a cair a ficha agora que eu preciso tomar as rédeas da vida em minha mão, mas ao mesmo tempo, as circunstâncias não tem permitido que eu assuma esse controle, pura e simplesmente porque as coisas não podem ser como eu espero que seja e nem na velocidade que eu gostaria que acontecesse. E é aí que está o x da questão: Como eu posso esperar e querer algo de uma determinada maneira, sabendo que isso não é possível?

A validação de quem, já que não é a minha própria, que eu estou esperando para enfim assumir o controle do meu presente e traçar o futuro conforme minhas vontades e anseios? Talvez eu esteja me cobrando demais e ao me cobrar, me amarro num poste como se amarra um burro teimoso.

Talvez eu não esteja com medo dos outros, mas sim de mim mesmo. Depositei expectativas demais em mim mesmo, expectativas muitas vezes exageradas e agora, tenho medo de falhar comigo mesmo.

Mas é só mais um domingo de tédio...

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