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Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

Adormecido

Hoje acordei e deparei-me com um quarto escuro.
A minha coberta era a saudade.
O incenso era a lembrança do cheiro
E a música, a lembrança da sua voz.
Despertei-me e logo me dei conta do cômodo vazio.
Tão vazio que ecoava seu nome em todas as direções.
Adormecido, vivia a fantasia em sonho de estar com você,
Mas ao acordar a realidade de um cômodo vazio me entristece.
Vez ou outra me faz companhia a solidão, sempre com raiva
Já que quer ser só, mas é sempre companheira de alguém.
Este cômodo vazio é o meu eu.
Ainda não fui capaz de despojar-me de tuas vestes,
E poucas vezes estou presente de verdade nesse cômodo,
Pois sempre que possível, acesso esse cômodo adormecido.

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