Por alguma razão, os dias de chuva me trazem um aconchego que sinto apenas em raras situações quando não chove. É como se eu fosse abraçado por um conjunto de sentimentos tão diversos e acalentadores, que me fazem sentir um misto de nostalgia com esperança.
Geralmente eu não costumo gostar de estar só, mas em dias de chuva, com uma janela de vidro, um vinho, café e um livro, poderia passar o dia todo assim, olhando a chuva e imaginando diversas histórias através de cada gota que escorre pelo vidro.
Tenho tendência a gostar do calor, da energia dos climas quentes, da euforia de aproveitar os dias de sol para qualquer que seja a atividade que se proponha fazer, mas quando chove e chove bem, tudo que eu quero é contemplar a chuva cair, prestar atenção no som das gotas nas folhas de árvore e no telhado, o uivo do vento nas janelas e o arrepio frio que entra pelas frestas.
Gosto ainda mais das tempestades da madrugada. Trovões e relâmpagos iluminando o céu e bradando a todos a verdadeira força da natureza, como se nos dissesse que não somos nada perante a imensidão que nos cerca. As tempestades são poéticas.
Talvez eu me identifique com o caos que as tempestades geram. Talvez haja tempestades em mim. E como sempre após a tempestade vem a calmaria e a oportunidade de melhorar o que se perdeu, eu, observando a natureza das tempestades, também possa reconstruir em mim um novo ser. Até que surja uma nova tempestade.
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