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Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

Café

Essa noite fui visitado pela insônia. Atribuo a esta visita o café. Outrora, não importava quantas xícaras de café eu tomasse, meu sono permanecia intacto, mas nos últimos tempos, tenho recebido a visita da insônia. Ao acordar, veio na boca um gosto amargo. A insônia e o gosto amargo que experimento, só podem ser coisas do café. Ou é isso, ou é a vida. No acumulado dos meus últimos anos, só agora recentemente é que tenho enfrentado meus medos. Só agora é que me vem a mente as consequências emocionais de perdas, algumas delas necessárias, que experimentei. E só agora a insônia me visita, portanto, só agora o café que tomo me afeta.

Chego em casa, após um longo dia de trabalho, e ao deixar de lado as minhas coisas, encaminho-me em direção a cozinha, xícara em mãos e o primeiro movimento feito é o de balançar a garrafa de café. Em segundos, a xícara está cheia e já estou divagando pela internet, muitas vezes, apenas pra abafar o barulho que a minha própria mente faz. Distraio-me com afazeres banais até a hora de deitar e ao deitar, o café, que tomei assim que cheguei, começa a me trazer memórias e a criar cenários futuros. Enquanto isso: tic-tac, tic-tac.

É tudo culpa do café. Ou é isso, ou é a vida. Mas se fosse a vida, esses pensamentos e essas conjecturas, as construções de cenários se dariam ao longo do dia, mas ao longo do dia não há insônia, há sono. E por isso é preciso que eu tome café. E o café traz a tona uma parte daquilo que foi criado durante a madrugada e inventa novas coisas, novas dores, novos cenários, novos medos.

É tudo culpa do café. Ou é isso, ou é a vida!

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