Pular para o conteúdo principal

Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Encafifado

Encontro-me encafifado.
Estou aqui agora, sentado no sofá, despertando-me do sono.
No fundo, um som bem baixinho de um rádio ligado.
Enquanto isso, a ventania produz um uivo, enquanto passa pelas frestas da janela. O vento que entra é frio.
A razão do meu encafifamento é que, ao longo do dia, em momentos diversos, você me surge na memória. Algo que ouço ou vejo, trazem-me instantaneamente a sua imagem.
Ora, mas por quê?
É o questionamento que me deixa encafifado.
Alguns dariam outro nome a essa constância de pensamentos, de sorrisos, de suspiros.
Diriam até, como diria uma criança que não gosta de natação ao pai:
- A pai, xô nado!
Mas eu gosto do termo encafifado.
É, isso aí. 
Aqui, sentado no sofá, ouvindo os ruídos de um início de um domingo como outro qualquer, digo-lhes: estou encafifado.

Comentários

Postagens mais visitadas