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Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

Encafifado

Encontro-me encafifado.
Estou aqui agora, sentado no sofá, despertando-me do sono.
No fundo, um som bem baixinho de um rádio ligado.
Enquanto isso, a ventania produz um uivo, enquanto passa pelas frestas da janela. O vento que entra é frio.
A razão do meu encafifamento é que, ao longo do dia, em momentos diversos, você me surge na memória. Algo que ouço ou vejo, trazem-me instantaneamente a sua imagem.
Ora, mas por quê?
É o questionamento que me deixa encafifado.
Alguns dariam outro nome a essa constância de pensamentos, de sorrisos, de suspiros.
Diriam até, como diria uma criança que não gosta de natação ao pai:
- A pai, xô nado!
Mas eu gosto do termo encafifado.
É, isso aí. 
Aqui, sentado no sofá, ouvindo os ruídos de um início de um domingo como outro qualquer, digo-lhes: estou encafifado.

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