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Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Lá No Fundo

Em cima da mesa, um copo escuro, de plástico.
Lá fora, a claridade do dia iniciando, o sol acabara de nascer.
Grande foi o espetáculo de cores, somado ao canto dos pássaros.
Em mim, a pressa. Como sempre, acordei atrasado.
Corro para a cozinha, encho o copo de água e num gole, esvazio.
Enquanto faço o movimento de ingerir o líquido e abaixar o copo,
Lá no fundo, refletido pela luz do sol nascente, vejo meu reflexo.
Ao olhar nos meus olhos, sinto de imediato um rubor na face.
Há tanto que trago no fundo do meu peito,
Que só me acessa quem me olha com sinceridade.
Há tanto que meus olhos falam, mas não se ouve.
Lá no fundo, mora as minhas verdades que nem são tão secretas,
Pois meu olhar entrega boa parte do que trago em mim.
Lá no fundo do copo, vi meu olhar sorrir, porque no fundo do meu olhar,
Lá estava ela.
Mas como nem tudo são flores,
Desperto-me de meu sono acordado,
Que durou um dia inteiro, no espaço de cinco segundos.

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