Navegando pela internet, deparei-me com uma frase que há tempos, foi amplamente divulgada e embora vagamente lembrada, caiu-se no esquecimento. Dita por um famoso, conhecida do público num contexto não muito feliz, logo foi amplamente utilizada na confecção de memes e brincadeiras diversas. Motivo de chacota ou uma filosofia incompreendida, não se pode dizer.
Lá para os idos de 2019, assim como qualquer viral, acordou a internet em polvorosa com as mensagens do menino Ney, endereçadas à um flerte. A frase que logo tomou conta das piadas: "Saudades do que a gente não viveu ainda". Combustível suficiente para um número sem fim de matérias, recortes e threads de todos os tipos, em todos os cantos.
Alguns devem ter notado a pitada de exagero que pode ser compreendida nesta frase. Outros, poucos, devem tê-la entendido como uma filosofia incompreendida, uma poesia melancólica que faz sentido se vista sob a ótica dos apaixonados. Segue-se a explicação:
As interações vividas com a interlocutora da mensagem gerou um estado de sentimento que alimentou um estado de ânimo que, logo, fez com que ele não conseguisse imaginar o futuro sem a presença da mesma. Assim, sua criatividade e suas vontades em relação à interlocutora, logo tornaram-se imagens vivas em sua mente, essas imagens geraram sentimentos e esses sentimentos se enraizaram. Simplificando: Estar contigo me parece tão bom que, sem nem mesmo desfrutar da sua companhia, sinto-me preenchido e, sentindo-me preenchido, anseio novamente por esse sentimento, sinto falta dele.
Então a seguinte frase é proferida: "Saudades do que a gente não viveu ainda". Ao contrário do adulto Ney, talvez eu não possa fazer uso do advérbio, afinal, minhas conjecturas não passarão de ideias. Assim, resta-me apenas dizer: "Saudades do que a gente não viveu".
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