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Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

Dentista

Acredito que a odontologia seja a aceitação social da tortura.

Você vai até o consultório e é recebido por uma pessoa simpática e solícita, a espera do momento ideal para usar seu maquinário de tortura.

Tudo é branco com alguns tons de azul ou verde, pra passar um ar de tranquilidade e conforto.  
Mas a tortura não é física. É psicológica! 

“Se sentir dor, levante a mão”. Diz o dentista com o intuito de tranquilizar o paciente que já está com medo desde que precisou marcar a consulta. 

Logo em seguida, ouve-se o som da broca girando, o sugador aspirando ar e instrumentos com ganchos que serão enfiados na boca e tocará e puxará o dente. 

Sobe então no ar o cheiro de queimado. Osso queimado! 

E assim, no medo de sentir dor, o paciente se contrai na cadeira, enquanto o dentista pensa consigo mesmo: 

“Você cometeu o pecado de não cuidar da sua saúde bucal. Aqui é o seu inferno!” 
 
E ri consigo mesmo uma risada sarcástica e maléfica.

O paciente agoniza, querendo que aqueles minutos eternos cheguem logo ao fim, prometendo a si mesmo que cuidará melhor de seus dentes. 

Mas logo estará de volta. 

E tudo se repetirá! 

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