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Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

Desmantelo

A vida é, nada mais, nada menos, que ciclos completos de desmantelo.
Dia a dia a gente se desfaz um pouquinho de cada certeza que existe.
A gente só não percebe os pormenores. Só nos damos conta de uma vez.
A conta gotas vamos deixando pra trás alguma coisa.
A conta gotas vamos adquirindo novas coisas, só pra deixá-las pra trás novamente.
A gente se desmantela de felicidade, numa felicidade que não se contém em nós e transborda.
A gente se desmantela de tristeza, tristeza tamanha, tristeza tão barulhenta,
Que se manifesta na lágrima que reluta em escorrer.
Mas ela escorre.
A gente se desmantela ao amar e se desmantela quando deixa de amar.
A gente se desmantela enquanto ama. É que o amor se renova também.
Só é possível se reconstruir quando se desmantela.
Só é possível evoluir, se se permite retirar uma parte, pra colocar outra melhor.
É só se desmantelando que se é inteiro.
É só sendo inteiro que se vive o amor verdadeiro.

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