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Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Cores

Estava preto, escuro, meu coração.
Enegreceu-se como se tivesse sido queimado, tornando-se carvão.
Não parecia que seria capaz de um dia, novamente, bombear conforme um dia fizera.
Embora negro, cumpria sua função. Nada mais.
A medida que o tempo passou, aos poucos, fora nascendo nele novos capilares, clareando a escuridão. Tornou-se acinzentado.
Agora era possível pequenas arritmias, como às vezes, acelera o coração ao se deparar com algo empolgante.
Aí surgiu um ser que fizera a arritmia ainda mais forte, agora uma nova artéria surgira. Então foi se tornando rosado o coração.
A cada novo contato, a cada sorriso, a cada brilho no olhar, um novo sistema circulatório surgiu. Não havia mais resquícios do carvão que outrora iniciara essa história.
Há pessoas que dão vida a outras.
Ela deu nova vida ao morto vivo que habitava meu ser.

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