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Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Nossa Valsa

Eu não sei dançar.
Adoraria puxar você até o centro do tablado e valsar.
Escolho a valsa por ser uma dança onde os pares se ajuntam
É lenta e tranquila, nos permite sentir a pele e cheiro.
Valsearia a vida toda com você.
Um passo pra lá, outro pra cá,
Quase a simulação do ir e vir das ondas do mar.
Não sei nadar e nem conheço o mar,
Mas se o mar é você, atiro-me sem nem pensar.
Que as ondas me levem aonde quer que seja, desde que me levem a você.
Recupero meu fôlego depois de me afogar em ti
Levanto a cabeça em sinal de respeito
E outra vez te trago até meu peito
Pra reiniciar o nosso baile, a nossa valsa.
Não é que a vida seja sempre calma,
Tampouco que a gente sempre se entenda,
É que sem você nem tem sentido,
É só viver uma morte longa e lenta.
Dancei várias vezes antes de você,
Mas não uma dança real
Dancei como metáfora, porque achei que bailava,
Quando nem sequer me mexia.
Foi só quando você chegou que o piano tocou,
A luz escureceu, as vestes finas nos cobriram
E deu início à nossa valsa.

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