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Espaço que uso para transmitir ao mundo meus pensamentos e emoções, mas de forma poética.
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Sexta-feira
Zapeio as redes sociais em busca de algum entretenimento que me prenda, mas tudo que encontro são um conjunto de fotos e vídeos que, quando chamam-me a atenção, não a sustenta por mais que 10 segundos.
Pulo das redes sociais para os aplicativos de streaming, na lista de conteúdo que tenho salvo aguardando para ser visto, nada também me chama a atenção. Navego pelos catálogos, numa tentativa milagrosa de me sentir atraído por algo. Tudo em vão.
Meus amigos? Cada um segue seu rumo, e se estão tão entretidos como eu gostaria de estar, não sei. Não sei dizer se cheguei em um ponto da vida em que cada um segue um rumo e os encontros tornam-se eventuais, ou se simplesmente desconectei-me de todos eles. Acredito, às vezes, que o estado atual das relações humanas esteja todos assim: um grande eu cercado de nós onde nada vai além da superfície. Estamos todos numa procura incessante por algo que não sabemos o que é.
Começo então a refletir sobre como me sinto e o porquê de nada me chamar atenção a ponto de eu esquecer do mundo. Concluo que estou completamente desconectado de mim mesmo, e assim sendo, desconectado do que me agrada. Me falta ela. Sem dúvidas, estou perdido a procura dela.
Mas quem é ela? O que ela faz? O que fez? O que fará?
Quem é ela?
O que fez de mim?
Por que ela?
Não, não pode ser isso. Deve haver outra coisa que me deixa nesse estado. Não, não pode ser isso, porque se for, qual o sentido?
Talvez eu devesse ler um livro. Isso! Um livro, talvez me retire dessa minha realidade sem sentido e me transporte para um mundo que sequer existe.
Abro uma página. Leio um parágrafo. Mais um. Um terceiro. Quando dou por mim, estou divagando a respeito de qualquer coisa que não é o livro. É ela. Só pode ser ela.
Mas quem é ela e o que fez de mim? Por que ela e por que assim?
Música! Talvez uma música seja aquilo que preciso para apaziguar a alma. Aperto o play. Uma música tranquila, calma. Tudo o que preciso. Quando dou por mim assovio. Estou no ritmo da música. Quando por acaso o volume silencia, meus pensamentos sussurram: essa música me lembra ela.
Não! Não pode ser! O que eu faço? O que eu devo fazer?
Talvez só me reste sentar na calçada, no frio, olhando as estrelas, contemplando a lua e pensar nela. Talvez eu só devesse chorar. Talvez só assim eu me concentre na verdade que tento fugir e me trago de volta pra mim.
Comentários
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Muito bom
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