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Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Eu Gosto de Você

É difícil para mim dizer a você, que eu gosto de você. É difícil porque, mesmo que eu saiba que você tem o direito de não sentir o mesmo, o receio de não ser correspondido me dilacera o peito. Mesmo sabendo que, você não sentindo o mesmo, a tendência é de nos afastarmos, e que nos afastando meu coração chorará, prefiro sofrer aos poucos. É melhor que eu sofra a ausência de sua companhia do que a presença real de sua ausência. É por isso que eu não me declaro. Pelo menos não abertamente.

É difícil para mim admitir para mim mesmo que eu gosto de você. Afinal de contas, se eu admito isso e não faço nada, não passarei de um mero covarde, que deseja, mas não age e, nas sutilezas veladas dos meus gestos, espero que você me corresponda. Como posso eu, ousar supor que olharias para mim, se nem eu mesmo tenho coragem de falar para mim mesmo que eu gosto de você?

Fui atraído por você por pura física. A gravidade do teu sorriso atraiu pra si a órbita dos meus olhares, e assim, como um grande corpo celeste que captura em seu campo gravitacional corpos celestes, tornei-me naturalmente um satélite teu. Não ousaria escapar de tuas forças. Talvez sejamos exatamente como os corpos celestes, que dançam nas órbitas uns dos outros mas nunca se encostam. E talvez, assim que notares que estou a rodear seus belos sorrisos, num ímpeto indescritível pela física, tu deslocarar-me de teus domínios e eu não serei nada mais que um corpo errante.

Eu gosto de você. Assim, sem saber dizer o porquê. E te vendo tão distantemente perto, conto apenas com meus sonhos para sentir seu cheiro pregado em meu abraço.

Comentários

  1. Talvez uma pena que o universo em sua maioria seja somente um grande vazio.

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  2. Demasiadamente lindo! Puro êxtase. Profundo e triste. Ao ler, me veio a vontade de dizer que eu também gosto de você.

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