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Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Eu Um Momento Qualquer

Uma caminhada entre uma praça arborizada e sua casa. Durante o trajeto, falemos sobre a diversidade de coisas que se é possível dizer. Eu me garanto no bom humor, duvido caminharmos uma hora e eu não te arrancar nenhum sorriso. Enquanto falamos e eu me faço de besta, no bom sentido, como de fato sou, eu observo você. No olhar, o brilho, no sorriso a luz e na gargalhada a música. É que eu realmente quero o romance. Aquele romance da vida real, que de tão raro, torna-se, instantaneamente, inspiração para livros, televisão e cinema. Eu quero a paixão real, aquela cheia de medos, mas que não paralisa, aquela que encanta, mas não esconde a verdade. Eu quero ir além da superfície, mas sem invadir. Quero o convite para fazer parte de um interior, que entre erros e acertos, faz-se completo e transborda. Quero suspirar, mas não pela ansiedade de não saber o que vai ser, mas aquele suspiro que revigora as energias, como se dissesse: que sorte a minha por ter te encontrado. 
Eu não sei quando e onde eu vou te encontrar. Não sei se a gente vai se esbarrar por aí, como nos clichês, ou se seremos apresentados. Não sei se vou estar numa plateia, te vendo apresentar sua arte ou palestrar sobre a sua especialidade, ou se chamarei sua atenção por alguma característica peculiar que eu tenha.

Só sei que, nesse turbilhão de possibilidades que a vida atual permite, onde tudo é novo e nada é permanente, eu espero pela tecnologia mais antiga ainda presente: a nossa própria natureza.

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