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Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Multiverso

Há uma teoria (ou várias teorias) na física que tentam explicar o multiverso. Paralelos ou não, a ideia por traz dos multiversos diz que, em algum ponto da existência, existem outros eus, que por diferentes fatores, tomaram decisões e/ou se encontrou em determinadas circunstâncias que o meu eu, que agora escreve, pode apenas especular. De uma maneira bem simplificada, tentam explicar que há um mundo como o nosso, onde o meu eu daquele mundo, pode ter uma profissão diferente da que tenho hoje, pode não existir ou pode ser filho de outras pessoas.

Pensando sobre isso, fiquei imaginando que talvez exista por aí um eu que não sentiu uma dor de barriga no dia de visitar os sogros que moravam em outra cidade, passou mal a viagem inteira e quando finalmente pôde usar o banheiro, ao sair, não se deparou com a sogra segurando uma sacola de remédios para o estômago e intestino e ficou com a cara no chão pensando se passaria por esse embaraço o final de semana inteiro. Ou talvez exista por aí um eu que nasceu herdeiro. Talvez a versão paralela de meus pais construíram um império e eu só tive o trabalho de nascer.

Essa ideia de multiversos e realidades paralelas as nossas abre leques para que imaginemos milhares de caminhos pelos quais poderíamos ter passado e milhares de pequenas decisões que poderiam ter mudado a nossa história e, quem sabe, a história do mundo. Vai dizer que você nunca se questionou como estaria a sua vida se, em um daqueles dias, ao invés de ter pegado o ônibus para a aula você tivesse ido para uma lanchonete e simplesmente matado a aula? Poderia ter acontecido nada. Poderia ter mudado tudo.

Os nossos eus dessa realidade em que nos conhecemos e você tem o prazer (ou desprazer, vai saber) de ler esse texto só podem especular como teria sido se... mas também, se desejarem muito, podem se perguntar: o que eu preciso fazer para atingir tal objetivo? Será que vale a pena abrir mão de x e y para ter z? Será que devo arriscar tudo o que tenho em detrimento do meu desejo de ter o que quero? Talvez essa pequena reflexão seja suficiente para mudar a realidade - nada paralela - em que vivemos. Imaginar o que os nossos eus paralelos, que obtiveram essas respostas, fizeram possa ajudar a chegar no ponto certo. Desde que com a ideia, com a imaginação, venha a ação. Talvez o nosso multiverso seja nossa própria mente, basta que tenhamos coragem de explorar e agir.

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