Devo confessar que eu não gostava de gatos. Para mim, dentre todos os animais domésticos que já tive o prazer de conviver, esse me era o mais antipático.
A minha antipatia não vinha somente da cara fechada e o olhar de "tá me olhando por quê?" que os gatos tem, vinha também da violência com a qual os próprios tratam seus cuidadores. Inúmeras foram as vezes que um gato me atacou sem razão aparente. Talvez por ser eu também um gato e ameaçar o espaço do mesmo.
Então tive a oportunidade de conviver diariamente com gatos, e apesar de ainda possuírem a cara de "tá me olhando por quê?" e de ainda tratarem com violência os seus cuidadores, tive a feliz surpresa de que, quando querem, os gatos são extremamente carinhosos e carentes. Ser escolhido por um gato para que ele se esfregue em suas pernas pedindo carinho ou ronrone pela manhã, apenas para se aninhar na sua cama, é uma emoção diferente.
Mas acho que a maior mudança que houve em mim, após conviver com gatos e suas travessuras, foi me sentir seguro. Se nas madrugadas sem gatos qualquer barulho diferente seja uma ameaça de espíritos ou ladrão, hoje, instantaneamente o pensamento é: "deve ser o gato".
Barulhos de passos sobre as folhas da mangueira? É o gato. Sussurros estranhos no fundo do quintal? Certeza que é o gato. Pode ser que ele esteja invocando um espírito? Sim, porque o som que eles fazem não parece ser coisa comum. Mas tudo bem, é só o gato.
Os gatos que me desculpem, mas cachorros ainda tem minha preferência, se eu for adotar um animal um dia. Mas com certeza, podendo eu ter mais de um animalzinho, terei também um gato. Eles só tem cara de mal, mas são divertidos e amorosos.
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