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Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

Grave Problema

Eu tenho um grave problema, que por vezes, faz de mim o mais infeliz dos homens. Esse mal, talvez, seja o responsável pelo meu desejo de escrever, porque, pelo menos, no papel, a vida pode ser exatamente como eu gostaria que fosse. Quando escrevo, eu controlo o clima, a passagem de tempo. Posso fazer de um pecador um santo e todas as mazelas podem se desfazer num instante. No papel, por exemplo, posso dizer sem receio que me apaixonei por você no primeiro instante em que te vi. De costas, passando por mim, sem nem sequer saber que eu existia, sem ter me visto. Mas eu te vi, e ao te ver, senti. E assim que senti, meu mal se fez presente e no giro do ponteiro dos segundos, já imaginei a felicidade plena. Enredo maravilhoso, não é? Seria se a vida real fosse como as fantasias que crio e todos os personagens, inclusive o clima, seguissem o roteiro que eu repassei em minha cabeça. Quando despertei do sonho lúcido, você estava com outro. Se eu controlasse a vida como controlo a fantasia, um raio teria caído sobre a minha cabeça. 

Seria o destino dramaticamente cruel que eu escolheria para acabar de vez com qualquer chance de que eu pudesse fantasiar acordado uma felicidade que nem sonhando eu já conquistei.

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