E se eu te abrisse as portas da minha casa e te convidasse pra entrar, você viria?
Tem tanto tempo que não recebo ninguém, que nem sei mais se é educado convidar alguém, assim de supetão, pra entrar.
Já convidei outras pessoas, sabe? Elas entraram e por um tempo foi até legal, a gente se divertiu, mas aos poucos, foram revirando as coisas, tirando tudo do lugar, bagunçando. Até quebraram a mobília e arrancaram algumas decorações que faziam da minha casa algo tão único.
Fiquei um bom tempo receoso de convidar novas pessoas para entrar, até porque, a maioria das pessoas não me pareciam confiáveis. Fiquei com medo de revirarem tudo de novo.
Vez ou outra apareceu alguém, que até me ajudou a juntar os cacos, pôr as coisas um pouquinho mais em ordem, mas logo precisaram sair. Algumas coisas pequenininhas pareciam demais pra elas.
Aí eu vi você ali, caminhando no parque. Lembrei na hora que na parede, atrás do sofá, tem um quadro com uma paisagem que parecia a sua cara. Na playlist tem algumas músicas velhas, mas que me emocionam. É divertido cantar. Na estante tem um monte de fantasias para serem lidas, mas que podem inspirar uma vida real que seja leve.
Tem um monte de coisa legal e interessante dentro da minha casa, mas também tem um pouco de bagunça. Refazer tudo que foi desfeito dá um pouco de trabalho, e é até divertido, de certa forma.
Se quiser entrar, venha e fique à vontade. Só peço que não repare a bagunça.
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