Pular para o conteúdo principal

Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

A Guerra - Capítulo I

O cenário estava devastado. Escombros se espalhavam por todos os lados. Alguém que chegasse ali, naquele exato momento, instantaneamente imaginaria que não haveria possíveis sobreviventes. O caos reinava.

Árvores dilaceradas, casas abaixo, rios enegrecidos. Não havia nenhum sinal que permitisse ao visitante supor que ali houvesse vida. Nem sequer considerar que possa ter havido. Tudo ali era simplesmente inabitável. 

Sendo assim, como eu ousava ainda esperar que ali eu encontrasse alguém? Por que me permitia ter esperanças? Qual era o meu intuito?

Embora a realidade estivesse estampada na minha frente e fosse possível sentir o cheiro da solidão que circulava no ar, a esperança teimava em permanecer em mim. Havia esperança em meio ao caos. Havia a sensação de que, se eu não desistisse, encontraria àquilo que eu nem sabia que estava procurando.

O ambiente era perigoso. Havia cacos de vidro no chão, paredes prestes a desmoronar, ecos que soavam como gritos e uivos do vento soprando pelas janelas trincadas trazendo a sensação de frio, mesmo que fizesse calor.

Antes disso, o cenário era outro. Havia paz, prosperidade, felicidade e abundancia de recursos.

Agora tudo estava perdido.


Comentários

Postagens mais visitadas