Há, se não em todas, na grande maioria das paixões,
Um quê de comédia romântica.
Começa no clichê gostoso e real do frio na barriga,
Da ansiedade em se ver devotado ao objeto amado
De se pegar, assim, de supetão, pensando em alguém.
Se há uma certa proximidade entre os "amantes",
Inicia-se o processo de conquista:
"Ei! Que tal se você me olhasse além do limite da amizade?"
E então se evoca todas as boas qualidades que possui,
Tornando-se uma pessoa superinteressante.
Quando se dão conta, mesmo que nada ainda tenha rolado,
É sorrisinho aqui, suspirinho ali,
Como se todos os passarinhos que sobrevoam onde se está
Fossem verdes.
Há dias em que se gostaria de estar em um musical,
Acorda cantando, dançando e pensando em como é bom amar.
No meio dessa maravilha, que embora não seja ilusória, é passageira,
Vem aquele medo de dar errado,
De se ir do céu ao inferno quando, tomado pela coragem,
Decide se declarar.
A palavra proibida:
"Não".
Nesse momento, entramos no ato final das comédias românticas.
Ou o final será feliz (e não terá sido final, mas sim começo)
Ou o final será triste (e é aí que a graça começa)
Quando se ouve o não, após um tempo, quando se pegar pensando
Irá achar engraçado o fato de a visão de mundo mudar
Apenas porque estava apaixonado.
"Ora, tudo é exatamente como antes, exceto que não é".
E assim, ao se pegar apaixonado, somos como Dante,
Caminhando pelo inferno, purgatório e céu,
Numa viagem divina, que faz da tragédia uma comédia.
E segue-se o ciclo, até que enfrentadas todas as feras
E revelados todas as virtudes e pecados,
Encontramo-nos no círculo eterno
Do amor das nossas vidas.
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