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Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Parto

Parto porque entre o sim e o não, que rondam meus dias, prefiro a certeza.

Parto porque ao querer dar-lhe tudo, não recebo nada, fico apenas com o pensamento do que poderia ter sido.

Parto porque nem sei se quero ficar, nem se queres que eu fique.

Parto porque ao partir, posso encontrar um porto que me acolha e que seja o melhor local onde ancorar.

Parto porque nas indas e vindas, sou sempre eu a acenar da orla, enquanto zarpa contra minha vontade o navio com destino indeterminado, mas que de longe, parece ir para um porto duvidoso, que oferece a turbulência que te deixa viva.

Parto porque não há sinal para que eu fique, mesmo que eu enxergue claramente em algum lugar que eu deveria embrenhar-me nessa noite escura em alto mar.

Parto com destino ao cais mais distante possível das terras em caos.


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