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Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

Parto

Parto porque entre o sim e o não, que rondam meus dias, prefiro a certeza.

Parto porque ao querer dar-lhe tudo, não recebo nada, fico apenas com o pensamento do que poderia ter sido.

Parto porque nem sei se quero ficar, nem se queres que eu fique.

Parto porque ao partir, posso encontrar um porto que me acolha e que seja o melhor local onde ancorar.

Parto porque nas indas e vindas, sou sempre eu a acenar da orla, enquanto zarpa contra minha vontade o navio com destino indeterminado, mas que de longe, parece ir para um porto duvidoso, que oferece a turbulência que te deixa viva.

Parto porque não há sinal para que eu fique, mesmo que eu enxergue claramente em algum lugar que eu deveria embrenhar-me nessa noite escura em alto mar.

Parto com destino ao cais mais distante possível das terras em caos.


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