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Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

Discrepâncias

Entre aquilo que sou e aquilo que pensam que sou há uma enorme discrepância.
Há uma infinidade de seres que eu posso ser e ao mesmo tempo não ser nenhum.
Entre os contextos que sou visto, posso variar entre o mais sério dos homens e o mais louco.
Posso ser rígido, grosseiro, irritadiço, mas posso ser ternura inimaginável.

Nas lidas da vida, posso rodear-me de uma concha ou navegar em uma bolha de sabão, 
A depender do quão ameaçador possa me parecer as interações.
Gosto de gente que sorri, que canta, que pula e que dança.
Gosto de gente que se abre, se revela, se faz presente.
Gosto de gente que gosta de gente.

E há discrepâncias.
Nem todo mundo merece o melhor que carrego,
E também não vou merecer o melhor que todo mundo carrega.
Há discrepâncias em como enxergo o mundo e como o mundo me enxerga.

Gostaria que por um breve momento tudo pudesse ser revelado
E tudo que é oculto fosse externado,
E o mundo todo num só brado, veria que a vida, por mais que bem vivida,
Sempre é ignorada, porque vivemos na ignorância de uma alma não revelada,
E assim quem sabe, sem muita relutância, poderíamos fazer que a discrepância
Fosse minimizada.

Comentários

  1. "a vida, por mais que bem vivida, sempre é ignorada"

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    Respostas
    1. Eu imaginei essa última estrofe falada por Ana (ou Vitória) à la Barco de Papel...

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