Discrepâncias
Entre aquilo que sou e aquilo que pensam que sou há uma enorme discrepância.
Há uma infinidade de seres que eu posso ser e ao mesmo tempo não ser nenhum.
Entre os contextos que sou visto, posso variar entre o mais sério dos homens e o mais louco.
Posso ser rígido, grosseiro, irritadiço, mas posso ser ternura inimaginável.
Nas lidas da vida, posso rodear-me de uma concha ou navegar em uma bolha de sabão,
A depender do quão ameaçador possa me parecer as interações.
Gosto de gente que sorri, que canta, que pula e que dança.
Gosto de gente que se abre, se revela, se faz presente.
Gosto de gente que gosta de gente.
E há discrepâncias.
Nem todo mundo merece o melhor que carrego,
E também não vou merecer o melhor que todo mundo carrega.
Há discrepâncias em como enxergo o mundo e como o mundo me enxerga.
Gostaria que por um breve momento tudo pudesse ser revelado
E tudo que é oculto fosse externado,
E o mundo todo num só brado, veria que a vida, por mais que bem vivida,
Sempre é ignorada, porque vivemos na ignorância de uma alma não revelada,
E assim quem sabe, sem muita relutância, poderíamos fazer que a discrepância
Fosse minimizada.
"a vida, por mais que bem vivida, sempre é ignorada"
ResponderExcluirEu imaginei essa última estrofe falada por Ana (ou Vitória) à la Barco de Papel...
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