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Último Texto

Admiração

Admiro os poetas que escrevem, Com métricas, estrofes e rimas, Que fazem da caneta e do papel, Ferramentas de sua obra-prima. Admiro aqueles que ao lerem poesia, Respeitam a cadência, o sentimento, a melodia, Que apenas com o tom de voz, Eleva a beleza à nós. Admiro os que vivem a vida poeticamente, Que sabem com certeza o ser que são, Não são prisioneiros da mente, Quando chegada a hora, simplesmente vão. Admiro os que admitem  Que não sabem quem são, Pois se tornaram conscientes,  Da sua limitação. O que sou eu então, Se minhas rimas são bobas, Meus amores impossíveis, E se só sei o que não sou? Talvez eu seja isso: De toda uma vida, Um mero admirador.

Ensaio Sobre O Amor

Dizem por aí que a paixão é um sentimento, e como tal, tem uma duração. 
Em algum momento do tempo, deixará de se fazer presente. 
O que não impede que apareça novamente.
Por aí também dizem que o amor é escolha. 
Poderia eu, então, escolher não amar?
Ou será que nunca amei, apenas confundi uma paixão, por mais fajuta que fosse, com amor?
E se o amor nada mais for que se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa?
Aqui cabe o parêntese de que a paixão não necessariamente precise ser romântica.
Alguns poderão argumentar que a paixão distorce a realidade, o amor não.
E se amar for ser conscientemente apaixonado?
Não de uma maneira forçada, mas natural e amadurecida.
Tá aí: talvez amar seja estar apaixonado pela realidade do ser.
A paixão é sentimento baseado em ideais. Cria-se uma versão perfeita do objeto amado.
O amor seria então sentir algo apesar das imperfeições reais.
Talvez estejamos usando indiscriminadamente o "eu te amo".
E por estar frequentemente em uso, virou banal.
Banalizado, perdeu o valor.
Ninguém mais tem paciência para sentir o amor.
Ama-se de estalo. E quando defrontado com a realidade, já era o amor.
Coitado do amor. Já era cego, agora é só.

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