Gosto muito do som que a sua gargalhada espontânea faz. Acaba que contagia a todos. Se fosse uma doença, essa seria uma epidemia que todos nós encararíamos de peito aberto. Se fosse um crime, com certeza almejaríamos a sentença máxima: sorriso doloso, aquele com intenção de alegrar.
Mesmo que o motivo da gargalhada seja a coisa mais sem graça do mundo, é bonito ouvir o sorriso. Principalmente quando ele vem acompanhado pelo sorriso dos olhos. À distância torna-se mais poético, e sendo poético, deixa de ser efêmero e se junta ao conjunto de lembranças que, mesmo que postas de lado, sempre dão um jeito de sair do fundo do baú.
Se em nosso idioma temos uma antologia de poesias que consagraram diversos poetas, de Ariano à Pessoa, Camões à Drummond, entras tu também para essa antologia. Sua grande obra: a onomatopeia que representa em texto o som da sua gargalhada.
Espero, portanto, que essa seja a tônica dos seus dias e que poetizes por aí o máximo que possível. Que quando chorares, que seja por não caber tamanho contentamento num sorriso, transbordando em lágrimas a poesia da sua gargalhada, mas se te visitas a tristeza, que como um raio logo parta, deixando sempre livre o caminho do sorriso.
Se não encontrares motivos que provoque um sorriso, que sejas capaz de sorrir do que passou, lembrando a ti que, nem sempre haverá motivação e que devemos primeiro agir para que a motivação surja, e, portanto, sorria antes de haver motivo. Até que haverá.
Eu gosto muito do som que a sua gargalhada espontânea faz. E espero que sempre gargalhe, mesmo que eu não possa mais escutar.
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