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Último Texto

Dignidade

Não sou digno que a felicidade sorria para mim. Perceba que eu disse que não sou digno e não sou merecedor. É que a felicidade é fim último de todos e todos, sem exceção a merece. Mas ser digno de felicidade é diferente. Só é digno da felicidade aquele que possui bravura. É aquele que não tem medo dos nãos e das portas fechadas. Aquele que cria as condições ou, pelo menos, tenta criar os meios de atingi-la.  A felicidade é passiva. Você quem deve ir atrás dela e não esperar que ela aconteça. A felicidade se constrói enquanto se vive, não é um estado de graça, que uma vez atingido, permanece. Ela é como a própria vida. Ela até paira por nós, mas só de fato vive àquele que escolhe os próprios caminhos.  Só é feliz quem vive. Só vive quem é feliz. Os demais, se contentam com a efêmera sensação de ser feliz, só porque, num dia de céu claro, um leve sorriso foi visto no espelho.

Paciência

Às vezes eu não tenho paciência para esperar a hora das coisas acontecerem. Quando mais novo, entre os 15 e 18 anos, imaginei que aos 30, minha vida estaria resolvida. Observando os adultos, parecia fácil conquistar bens materiais, parecia que todas as relações eram duradouras e que as pessoas de fato se amavam. Talvez eu só enxergasse o que era bom. Só queria ver o que era bom. E com esse olhar ingênuo, cri que aos 30 a vida já estaria pronta. Não considerava que entre os 30 e os prováveis 80 anos, ainda haveria vida a ser vivida. E que a felicidade nesse intervalo também dependeria de conquistas, realizações de sonhos. Que nesse período eu ainda precisarei aprender. Com meus erros, que ainda vou cometer e com a experiência de se acumular idade. Com a idade vem a sabedoria. Ou pelo menos deveria. E era com ingenuidade também que eu olhava para o amor. Inspirado, em grande parte, pelas idealizações da ficção, onde tudo dá certo, mesmo quando tá dando tudo errado. Que aos 20 e poucos já teria conhecido aquela que envelheceria ao meu lado e que os dias seriam sempre bons. Como nos filmes, eu pensava. Mas a vida real é bem mais legal, ela só não dura 2h. Ela dura anos e nesses anos, é que as coisas vão se desenrolar. Talvez eu já tenha conhecido aquela com quem irei envelhecer, só não assumimos esse papel ainda, na vida um do outro. Talvez eu ainda a encontre. Não mais aos 20 e poucos. Pode ser daqui 20, ou quem sabe 30. Pode ser amanhã. Essa incerteza faz com que o encontro seja ainda mais aterrorizante e gratificante. E quando eu encontrá-la, só me darei conta que dessa gratificação, quando num dia qualquer, muitos anos depois, no futuro, eu me lembre dessas palavras que escrevi. Hoje já não tenho mais pressa. Só espero que eu saiba enxergar a pessoa, quando ela aparecer, e que minha abordagem não seja assustadora ou esquisita. Não quero espantá-la, né?

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